Formação do Analista Junguiano

A formação do analista junguiano não se limita à graduação em Psicologia, requer um aprofundamento do conhecimento técnico e teórico da linha que ele se propõe a seguir. Sendo a psicoterapia a arte de restaurar histórias, o analista necessita desenvolver uma postura de acolhimento ao paciente, de relacionamento, cumplicidade, empatia, apoio, deixar-se tocar pelo sofrimento alheio, comprometer-se com o sigilo, ter uma escuta atenta, não julgar, ser observador, deixar sua intuição fluir, organizar as informações que recebe e devolvê-las ao paciente.

A experiência pessoal, cultural e profissional do analista são elementos fundamentais para o aprimoramento, desenvolvimento e sucesso de todo o processo analítico. Ele também necessita ter passado por uma vivência profunda de terapia, denominada análise didática, além de supervisões realizadas por outro analista didata e realizar diversos seminários e leituras sobre a base teórica Junguiana.

Embora a teoria dê segurança e sustentação ao atendimento, sem o encontro verdadeiro, a abertura para o outro, não ocorrerá a expressão psíquica e a consequente compreensão do processo.

O analista Junguiano precisa ainda desenvolver um conhecimento amplo de símbolos, mitologia, contos de fadas, Literatura, Filosofia, Religião, Psicopatologia, História e Atualidades, entre outros.

A formação pelo Instituto Junguiano de São Paulo, ao qual eu pertenço, processa-se primeiramente através de uma seleção dos candidatos, levando em conta os pré-requisitos estabelecidos pela International Association for Analytical Psychology-IAAP (Zürich).

Após a aprovação, os interessados submetem-se, por quatro anos, ao aprendizado de aspectos teóricos (basicamente através de seminários) e práticos (através de supervisões individuais e estudos de caso em grupo).
Para obter o título de analista, o profissional deve apresentar um caso clínico e defender uma monografia.
O analista passa então a ser membro analista da Associação Junguiana do Brasil-AJB, reconhecido pela International Association for Analytical Psychology-IAAP (Zürich).

A ISST (International Society for Sandplay therapy), Sociedade Internacional de terapia de Sandplay/Jogo de Areia, é uma organização legal para treinar pessoas na metodologia do Sandplay e para quem está comprometido com a prática desta forma de terapia e com o desenvolvimento de pesquisa científica.

Suas metas são:

  1. Promoção do estudo de Terapia de Sandplay.
  2. Propagação e disseminação de conhecimento sobre Terapia de Sandplay.
  3. Promoção de padrões qualificados de treinar a prática da metodologia em base de conduta terapêutica ética.
  4. Organização e execução de congressos e convenções.

Inglês e alemão são as línguas oficiais da ISST.

Para se conseguir obter esta formação é necessário preencher algumas qualificações: ter formação universitária em Medicina ou Psicologia; conhecimento de psicopatologia e psicodiagnóstico, realizados em estudo formal e experiência clínica; ter feito ou estar em análise individual de linha Junguiana. O processo de certificação exige que o analista tenha feito um processo pessoal em Terapia de Sandplay com um membro reconhecido pela ISST; treinamento teórico de no mínimo 100 horas de participação em seminários na tradição de Dora Kalff, que está baseado nos princípios da psicologia de C.G. Jung. O número total de horas de supervisão pela ISST de Zurique é de no mínimo 80, com membro reconhecido, além de ter realizado supervisão de atendimento com pelo menos dois supervisores diferentes (na visão da ISST, o supervisor deve ser diferente do analista do processo pessoal). Por fim, o analista deve apresentar um trabalho simbólico e um Caso Clínico, que serão avaliados por quatro leitoras, membros da ISST e nomeados pela orientadora escolhida.

Para se tornar um Teacher Member, ou seja um Membro Didata da ISST,  é necessário aguardar dois anos com o status de Membro e depois, durante um dos congressos internacionais da Sociedade, o  candidato passará por uma banca examinadora, a qual o avaliará através de uma prova oral de três horas sobre um caso clínico completo e dirá ao final do exame  se o candidato está apto a receber o título.
Ao procurar um analista, o analisando deve certificar-se da boa formação do profissional, antes de consultá-lo.

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